domingo, 29 de março de 2009

Quinto mês


Essa semana entrei no quinto mês... Pra comemorar fiz um mega ultrasom...Aquele que citei antes com Dopler, que tira todas as medidas e dá detalhes do desenvolvimento do bebê... Pra minha decepção, mesmo com esse exame tendo durado 33 minutos, não conseguimos ver o sexo do bebê... A médica palpitou ser uma menina, mas meu íntimo ainda pensa em um menino Toda vez que imagino, vem à mente um menino sorrindo para mim...

Fora isso...O exame foi bem bacana...Fiquei sabendo que o bebê pesa 500 gr, tem 4 cm de pé e 0,77cm de nariz... Vi também que tem joelhinhos lindos e que faz algumas poses bastante engraçadas! Foi bacana!

A Pri me acompanhou nesse exame e pareceu gostar bastante, pois tinha prometido fazer um vídeo durante o exame pra mandar pro Ricardo mas nem lembrou na hora! :P. Foi bacana também que brindamos antes do exame comendo "suflairs" pra ver se o bebê mexia...mas... NADA! Bem... Valeu pelo chocolate, que continua me fazendo feliz; além do bebê, claro!

sábado, 28 de março de 2009

Os toques que o bebê dá

A vida inteira devaneei sobre as sensações das mulheres grávidas com relação ao progresso da gravidez... Sentir a barriga crescer e perceber e conviver com essa mudança do corpo era algo que me intrigava. Queria saber exatamente qual era a sensação de ter crescendo dentro de mim um outro ser humano. Uma miniatura de pessoa com vida e vontades próprias.

Outra sensação que me deixava bastante curiosa é o fato do bebe se mexer dentro da barriga e de poder sentir os seus movimentos... Essa relação de "um dentro do outro".

A ansiedade para que o bebê mexesse logo me tomava e as tentativas em decifrar essas sensações também.

Senti o bebê pelas primeiras vezes de maneira muito sutil no final do terceiro mês... Era uma breve tremedeira. Considero que o que eu sentia era a gravidez e não o bebê.... Ficava aflita pensando se aquilo era normal e se era daquele jeito mesmo... Confesso que essa sensação "do bebê mexer", assim, tão indiscriminadamente e de maneira tão próxima aos gases me decepcionou e eu pensava: "mas é isso?"

Em meados do quarto mês passei a ter com um pouco mais de frequência (tipo umas duas ou três vezes na semana) a mesma sensação um pouquinho mais lenta, mas, mesmo assim, ainda rápida demais...Quando a gente peercebe já acabou e não tem "replay". É a mesma sensação de ver um gol no estádio de futebol...Poxa vida... Na tv é tão mais fácil entender a dinâmica do esporte com narração embalada pelo crecimento do quase gol e com direito a ver de novo, e devagar, os melhores lances...rsrsrs.

Para essa sensação, para esse tipo de mexida, a Lelah me deu a explicação mais gostosa e convincente: é como se a barriga fosse um grande aquário e tivesse passado ali na frente um peixinho. era isso o que eu sentia: passou um peixinho.
Ainda estava insatisfeita com a sensação... Queria sentir um bebê e não um peixinho e me perguntava a todo instante: "mas é só isso?".

Nessa última semana tive a resposta. Não era só aquilo pois o tipo de toque dentro da barriga mudou... Agora é algo bem mais físico, que vem de algo talvez maior que um peixinho. Mas continua rápido e pontual. Só que agora não passa rápido e vai embora... Agora faz...TUM!

Acredito que essa sensação e esses toques ainda serão aperfeiçoados e tornar-se-ão mais perceptíveis e confesso que não vejo a hora de chegar no mesmo ponto daquelas mulheres que dizem: "aqui está o cotovelo, aqui está o pé, ou ainda... nossa...tomei um chute na costela essa noite que até acordei!" eheh

sábado, 21 de março de 2009

Ana Clara achou pinhões!






Desde que começaram meus loucos desejos por pinhão, tenho a parceria da Ana Clara, que tenta encontrar pinhão em todo o lugar por onde passa. Às vezes estamos no mercado pra colocar créditos no celular, eu pronta para ir embora e ela pergunta: " Viu se tem pinhão?" ou sempre comenta: "... ontem fui em tal lugar e aproveitei pra ver se tinha pinhão, mas não tinha..."

Até que, para minha surpresa, na sexta à tarde ela me liga bastante entusiasmada dizendo " SANDRONI, EU ACHEI PINHÃO!"

Minha alegria foi tamanha! Está aqui registrado então o meu maior agradecimento, não apenas pelo pinhão, mas pela lembrança, pela atenção, pelo carinho e pela amizade. Te amo muito minha amiga!

Então é isso! Desejo de comer pinhão cozido n'água com sal, a Ana Clara matou... Agora... O pinhão na fogueira vai ficar por conta da vovó Inovete mesmo! eheh

sexta-feira, 20 de março de 2009

uma mala especial


Desde que soube da gravidez, após duas semanas, mesmo passando pelos problemas lá com a placenta e com a incerteza do progresso da gravidez, comecei a ganhar uns presentinhos de amigas... Uns paninhos para limpar boca, da Musa; um touca encomendada pela Pri com uma caveirinha bordada, sapatinho de lã da minha mãe... Uma delícia ganhar essas coisinhas tão pequenas que começam a montar em mim a imagem do bebê que as usará.

Depois, fui ganhando mais coisas e quando entrei no terceiro mês o Ricardo decidiu aproveitar a vinda da Lelah para o Brasil para comprar boa parte das coisas que o bebê necessitará. Comprar essas coisas no exterior é mais barato e as coisas têm boa qualidade; comprar os mesmos produtos no Brasil sai, pelo menos, quatro vezes mais caro.

Com a chegada da Lelah com as coisas do bebê resolvi juntar ao enxoval todos os presentes que já tinha ganhado e ocupar uma das minhas malas de viagem com estes pequenos, preciosos e meigos pertences. Depois fui ganhando e comprando mais coisas bacanas... Maria Carolina, uma amiga meio irmã, meio parecida e meio diferente de mim, me deu praticamente um enxoval novo... Muitas roupinhas lindas com os tamanhos pensados em função do tamanho da criança e estações do ano, tipo: quando o bebê estiver com 6 meses estará calor e ele usará roupa tamanho M... Que delícia ter amigas que pensam em tudo! :p

De repente comecei a perceber o quanto que a mala tranformou-se num ritual para mim. Um delícia sentar na sala (no quarto não cabe!), abrir a mala, tirar tudo e ir olhando, olhando... Pegar um macacão e imaginar um bebê ali dentro, o meu bebê. A pessoa que muito provavelmente será a mais amada da minha vida... Penso numa frase assustadora dita num email pela Ana Clara, outra amiga muito importante e especial: "ter filhos é passar a andar com o coração do lado de fora do corpo". Bom... Nem preciso dizer que quase matei a Ana por ter me mandado essa frase forte, castradora e ... verdadeira!

Tenho que confessar que ainda não amo loucamente essa criança...É estranho... Mas pouco sinto e pouco me relaciono com ela... Acho que estou fascinada pelo acontecimento que esta prestes a eclodir na minha vida e, certamente, que sofreria dor de morte caso a criança por ventura não viesse fazer parte da minha vida... É o amor em construção. E a mala me ajuda neste exercício.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Nova consulta: nova bronca e nova alegria


Cheguei mais otimista para a consulta deste mês pois me dei conta que passei praticamente o mês todo sem chorar. No máximo uns três chorinhos que passaram rápido. Quer dizer...O antidepressivo natureba funcionou!

Logo que iniciamos a consulta o médico me pesou e isso já me rendeu um certo mau humor. Engordei mais três quilos esse mês. Tinha engordado três no mês passado e agora mais três... Não adianta dizer que estou retendo líquidos por que tenho tomado muita água (como sempre fiz na vida) e tenho feito massagens pelo menos duas vezes por semana... Deve ser comilança mesmo...Ah... Eu não vejo a hora de voltar a tomar os meus super comprimidos que tiram a fome e dão felicidade... Amor eterno às anfetaminas...

O médico tentou fazer a bronca no estilo bem humorada me dizendo: "Três quilos, mulher? Assim não dá". Coitado, acho que ficou traumatizado por que no mês passado, quando me deu bronca por causa dos outros três quilos, eu chorei. E ele, por sua vez, ficou visivelmente constrangido. Dessa vez não chorei. Não tinha lágrima nenhuma pra sair... Só um pouco de raiva, aquela coisa de não estar conseguindo me olhar no espelho e também ter um monte de vontadezinhas imbecis e fáceis de satisfazer; tão corriqueiras que eu nem citei no meu humilde post anterior.

O lado bacana da consulta foi ouvir, assim, de surpresa, o coração do bebê. Ele usou para isso um aparelho pequenino que colocou na minha barriga com um gel. Só ouvíamos um chiado semelhante ao som do mar, tão comum dos outros exames de ultrasom. E nada do coração. A demora em ouvir me fez sentir medo. Até que ouvimos. Foi bacana. Bacana também foi ver a fisionomia do médico, que é bastante reservado, tranformando-se numa cara feliz.

Semana que vem eu faço outro ultrasom. Um exame morfológico com dopler. Super detalhado e que vai tirar as medidas de todos os ossos do bebê e vai nos fazer ver, nem que seja sob reza brava, insistência ou chacoalhão, se trata-se de um filho ou de uma filha.

domingo, 15 de março de 2009

desejos & vontades







"DESEJO" é uma das condições clássicas da gravidez. Eu sempre achei que fosse frescura. Aliás ainda acho que é...Acho que desejo não passa de vontade de alguém que está sendo muito mimada pela família e pelos amigos, entes queridos... Na verdade desejo e vontade são a mesma sensação em graduações diferentes.

Vontade é algo que a gente sente; um querer.

Desejo faz a gente babar.

Pois bem... estou agora na vigésima primeira semana e conto que senti algumas vontades e fundamentalmente 2 ou 3 desejos.

O primeiro desejo veio antes mesmo que eu sequer desconfiasse da minha já existente gravidez. Já fazia uma ano que eu havia voltado de uma viagem de 2 meses a San Diego, cidade da Califórnia que fica a vinte minutinhos do México. Lá, a opção mais barata de refeição e que me agradava muito era o "Burrito". Panqueca típica à base de trigo ou milho recheada com algo muito conhecido por nós: FEIJÃO, queijo, guacamole (aquela pasta salgada e apimentada de abacate) e salada: opção vegetariana.

Pois bem... Havia passado um ano desde a minha volta e eu, de repente tive um surto de madrugada. Abordei um amigo que estava online no msn e que mora nas mediações da rua Augusta, onde existe um fast food mexicano. Pedi que ele fosse verificar se o restaurante ainda estava aberto, se era 24 horas... Claro que ele ignorou o pedido absurdo e não foi. No dia seguinte, as 10 horas da manhã eu já estava lá almoçando. Comi, comi, comi e ainda comprei o jantar lá mesmo... Estranhei o fato de estar sentindo de repente essa abstinência por uma comida que eu havia passado o ano sem sentir a menor falta. Enquanto comia, pensava em como faria para comer aquilo todos os dias. Como eles não tinham um serviço de delivery que fosse até a minha casa, eu passei a almoçar ali quase todos os dias e sempre levava para casa algo para os dias que não pudesse ir até lá. Estava achando essa situacão estranha, bem eestranha e essa dependência insaciável então, mais amedrontadora ainda. No dia que descobri que estava grávida, entendi de imediato que tinha se tratado de um DESEJO. Era forte, incontrolável. Quase me fez perder um vôo para São José do Rio Preto, onde iria a trabalho... Depois de ter consciência disso passei a ir apenas uma vez por semana ou a cada 10 dias... A insanidade transformou-se em lucidez.

VONTADE eu tenho muitas..Todas moderadas, naturais.

Desde que fui para Curitiba para conhecer a família do Ricardo, estou com vontade de comer Pinhão... Todo ano eu como com muito gosto e sinto essa vontade, pois AMO loucamente comer pinhão cozido com água e sal. Adoro pegar uma cumbuca com a água quentinha e um pouco de pinhão e ir comendo até a barriga ficar dura de tanto exagero!

Mas essa vontade foi despertada pela Ivonete, mãe do Ricardo, que disse que faz Pinhão na fogueira... Nunca comi pinhão na fogueira. Acho que vou gostar muito, talvez não mais do que o cozido, mas estou realmente muito curiosa para experimentar...Além do quê, deve ter um sabor todo especial comê-lo num dia de frio, no meio do mato, em volta de uma fogueira... Mas dessa vez... Vou tentar controlar o consumo pois mesmo sem pinhão, minha barriga já está ficando dura dura!

Voltando aos desejos... Ele não pertence apenas ao hall alimentício não... Meu segundo e último desejo (até o presente momento, pelo menos) foi o de ir a um show de punk rock. De repente, sem mais nem menos, recebi a notícia dos meus amigos de que o Circle Jerks, banda do começo doa anos 80, da Califórnia, viria tocar aqui. Meu Deus...Aquilo me deixou louca... Eu me senti que nem criança que tem lombriga e vê a amiga comendo o chocolate mais gostoso do mundo ao seu lado. Pensar que eles viriam tocar e eu perderia me fez sentir tristeza, medo... E enquanto eu tinha chance de ir ao show sentia uma vontade tão "física" que não aguentei... Convenci minha mãe e o Ricardo que se tratava de um genuíno desejo... Convenci minha mãe por que precisaria de patrocínio... E o Ricardo por que queria da autorização dele; afinal, ir a um show de punk rock grávida de 4 meses é uma responsabilidade que não se deve assumir sozinha. Conclusão: os dois me apoiaram com incentivo moral e financeiro para ir. Fui feliz da vida e essa felicidade se estende até agora, com a certeza de que eu não poderia mesmo ter perdido.

Então nesse caso, o show entra, nessa postagem, na categoria "desejo lúcido... lúdico!"

sábado, 14 de março de 2009

Ficando mais grávida com o passar dos dias


O antidepressivo que o médico indicou fez bem. Digamos que eu esteja chorando 70% menos do que no mês passado e os choros também passaram a ser mais curtos, menos dramáticos. Esse controle foi bem importante para mim especialmente porque neste mês o Ricardo vai embora e nós só nos veremos novamente quando o nosso bebê nascer. É difícil explicar essa sensação com relação à ele mas sei que aos poucos vou entendendo melhor isso tudo: é a falta do pai e do homem. A saudade das conversas, do namoro e a vontade de tê-lo por perto. Acho que isso é mesmo gostar, saber amar. Querer, mas libertar. Nobreza sofrida essa, a do meu coração.

Quando completei 4 meses de gestação fiz mais um ultrasom crente que confirmaria o sexo masculino do bebê (que a médica havia "chutado" no exame anterior). Mas aqui o médico não deu tantos detalhes e disse que conseguia ver o sexo...Sendo assim, chutou ser uma menina.

Sair do exame sem saber ao certo o sexo me deu uma sensação louca de ansiedade... Mas o importante é que estava tudo bem, é que vimos o crescimento do bebê e que em breve eu passaria a sentir seu movimentos.

Outra coisa marcante foi o fato da minha barriga ter crescido bastante. Agora todos já percebem minha gravidez e isso me isenta de muitas questões sociais e pessoais: tenho lugar garantido para me acomodar bem em meios públicos de tranporte, as pessoas entendem minhas sonecas da tarde, quando vou comer fora o grupo todo vai onde eu tenho vontade de ir (não que eu me aproveite disso, mas tenho me sentido mais valorizada nesse sentido), sinto também uma certa imunidade com relação aos olhares das pessoas que dizem: "ela é feia, bonita, gorda..." Agora eu sou é GRÁVIDA.

É claro que, pensando no futuro, eu tenho cuidado mais de mim mesma: voltei a passar protetor solar todos os dias, estou comendo frutas e saladas com mais frequencia do que antes e fazendo massagem de uma a duas vezes por semana. Estou evitando também deixar o meu cabelo uma palha, embora eu não possa mais passar aqueles produtos altamente venenosos que eu amava passar antes e que deixavam o cabelo milagrosamente com aspecto saudável.

É, tenho que concordar com uma amiga que disse que a gravidez é altamente reveladora. Faz cair a máscara, mostra como é a mulher de verdade. Estou aproveitando a situação inevitável para, então, me tornar uma pessoa melhor.