Estou com 30 semanas de gestação e conforme o tempo passa me dá a sensação de ansiedade e medo... 30 semanas... ¾ da gestação se foram e agora chego à casquinha final. Parece que foi esses dias que conheci o Ricardo, parece que foi esses dias que me assustei com a notícia da gravidez que, aliás, ainda parece ser mentira embora minha barriga tenha crescido numa quantidade surpreendente...
Sinto a pele esticada ao extremo, o peso para a frente começando a se diferenciar da característica anterior do peso dessa mesma barriga, que carrega esse mesmo bebê. Minha respiração está bastante diferente, sinto-me incomodada na hora de sentar e levantar, acho de repente dificílimo ficar agaixada para pegar algo em lugares baixos, não passo mais entre a máquina de lavar e a parede da lavanderia a não ser que dê uma boa apertada na barriga e meu gato Jack já entendeu que se não quiser tomar o remédio que está tomando para o tratamento de uma tosse, pode correr para a lavanderia porque lá eu não chego tão facilmente.
Pensando nesse tempo de gravidez e que já passei por quase toda a fase “interessante”, que já estou na reta final, comecei a pensar também que da próxima vez que for à casa dos meus pais, devo já voltar preparada com as roupas limpas da Alice, naquela bolsa organizada para levar à maternidade. Pensei também que em breve passarei pela tão marcante situação do parto (cesariana, se Deus quiser) e que a partir daí, terei dupla função: me recuperar de um corte na barriga e amamentar; ou seja, depois do corte serei finalmente mãe.
Junto com toda essa expectativa, um pouco de medo de não ususfruir do lado bom de tudo isso. Medo que a bebê morra ao nascer, medo de morrer durante o parto e deixar a filha tão sonhada para o mundo, medo de não realizar sonhos de diversas naturezas... É como se, por prudência, fosse melhor não sonhar.
Ontem comprei duas mamadeiras para completar o meu conjunto (a primeira mamadeira, ganhei da Maria Carolina, é lindíssima, do Palmeiras; meu time do coração), as duas da NUK, modelo mais comum mas que têm o bico ortodôndico que menos prejudica o desenvolvimento da boca da criança.
Por conta de todos esses medos e da incrível sensação de que mesmo faltando apenas 2 meses para o nascimento, a criança possa talvez ser uma ilusão, não tirei as mamadeiras da embalagem. Estão lá, esperando que uma boquinha pequena precise delas e seja esterilizada às pressas.