quarta-feira, 22 de julho de 2009

último dia antes do parto

Parece tão surreal...Uma mistura de cansaço, reticência, medo e perplexidade. Uma parte nasce e uma morre... Para traduzir o sentimento: RAMONES

http://www.youtube.com/watch?v=wMD7Ezp3gWc

tradução da música:

EU QUERO SER SEDADO

refrão

Vinte,vinte,vinte quatro horas a mais
Eu quero ser sedado
Nada para fazer,nenhum lugar para ir,
oh Eu quero ser sedado
Apenas me leve para o aeroporto,
me coloque num avião
Depressa, Depressa, Depressa
antes que eu fique insano
Não consigo controlar meus dedos
Não consigo controlar meu cérebro
Oh no,oh oh oh oh

refrão

Apenas me coloque numa cadeira de rodas
Me ponha num avião
Depressa,Depressa,Depressa
antes que eu fique insano
Não consigo controlar meus dedos
Não consigo controlar meu cérebro
Oh no,oh oh oh oh

refrão

apenas me coloque numa cadeira de rodas
me leve para o show
Depressa,Depressa,Depressa
antes que eu fique louco
Não consigo controlar meus dedos
Não consigo controlar meus dedões
Oh no,oh oh oh oh
Ba-ba-baba, baba-ba-baba,
Eu quero ser sedado
Ba-ba-baba, baba-ba-baba,
Eu quero ser sedado
Ba-ba-baba, baba-ba-baba,
Eu quero ser sedado
Ba-ba-baba, baba-ba-baba,
Eu quero ser sedado

Bem... Vou nessa...Na verdade não faltam 24... Faltam apenas 4 horas para ir...
Depois , quando eu voltar conto da cesariana. Essa experiência diferente.

domingo, 19 de julho de 2009

Assento Preferencial


Resolvi fazer um adendo no blog para falar do "assento preferencial" nos transportes públicos da cidade de São Paulo e nos meios de transporte dos demais lugares... Essa reflexão pode se estender também para atendimentos preferenciais no geral. Em filas de banco, de farmácia, laboratórios, caixas eletrônicos, etc, etc...

Sempre, ao andar em transportes públicos, procurei dar preferência a quem eu achasse mais necessitado do que eu na hora de escolher ou não se ia me sentar. E essa preferência, da minha parte, nunca se restringiu ao símbolo que identifica gestantes, mães com crianças no colo, idosos, deficientes ou obesos... Mas sempre procurei recorrer ao bom senso. Uso todo o tipo de transporte público que a cidade de São Paulo oferece: taxi, ônibus, metrô, trem, vans, etc... e por usar transporte que atende a diversificadas classes sociais, também encontro ali todo tipo de gente, de pessoas que estão passeando até trabalhadores exaustos. Sendo assim, sempre cedi o lugar a quem eu considerasse estar mais cansado do que eu. Foram raras as vezes que me sentei sentindo que determinada pessoa à minha frente pudesse estar tão cansada quanto eu e, mesmo assim eu permanecesse sentada, aliás, bastante raras.

Engravidei e não aderi ao "direito do assento" por que minha condição e disposição física foi se alterando bem aos poucos. Eu sentia que estava bem, ali, de pé, e assim continuava. Apenas a partir do sétimo mês comecei a deparar com iniciativas de pessoas que se levantavam e faziam questão que eu me sentasse. Às vezes eu me sentava, às vezes não.

Depois que atingi a metade do oitavo mês a coisa começou a ficar mais pesada e eu passei a aceitar todas as ofertas de assento ou mesmo passei a tomar a iniciativa de me sentar em assentos preferenciais até para não atrapalhar o resto do povo pelo grande tamanho que meu corpo havia tomado.

Pois bem... Passei a entender e refletir sobre a questão do DIREITO com base na autoridade de quem pode usufruir dele (mesmo por que, à essa altura do campeonato, eu estava realmente precisando me sentar durante as viagens de ônibus, metrô e trem). Esse processo de relfexão foi alimentado por comportamentos de diversas pessoas com as quais viajei.

Encontrava todos os dias um rapaz jovem e bonito ao voltar do trabalho. Pegávamos o mesmo ônibus e ele fazia questão de sentar-se sempre à frente, num local de assento preferencial. Foram diversas as ocasiões em que adentrava ao ônibus uma senhora bem idosa, aliás, entram aos grupos; e ele jamais se levantou para ceder o lugar... Isso me causava um tremendo mau humor por que eu acabava levantando e cedendo o meu lugar enquanto ele ficava lá, tranquilo, sentado, até o final da sua viagem... Passei a observá-lo no ponto de ônibus, antes que o ônibus chegasse para decifrar e encontrar o problema que ele tinha...Se tinha uma questão motora...Não. Uma deficiência auditiva ou visual...Não. Mental...Tinha dúvidas... Cheguei à conclusão de que tratava-se de uma deficiência social: falta de educação... Não no sentido de ser mal educado, mas percebia que ele estava literalmente salvo e tranquilo, protegido pela ignorância, pela não reflexão. Ele devia sofrer de TDA-H (Transtorno de Déficit de Atenção - Hiperatividade, algo que no caso dele jamais foi tratado). Mas deixo esse rapaz de lado por que já me peguei alterada de raiva apenas por escrever e me lembrar dele.

Outra pessoa que me marcou profundamente foi uma senhora no metrô. Para evitar encontros com o tal rapaz, passei a pegar outro ônibus; ônibus que me levava até uma estação de metrô e que me fazia chegar, assim, mais perto de casa. Pagava um pouco mais por esse tipo de transporte "duplicado" mas isso evitava o desconforto das reflexões raivosas. Pois bem... Já estava no oitavo mês de gravidez e com uma barriga admirável. Entrei no vagão do metrô que estava simplesmente lotado. Avistei um assento cinza (o preferencial do metrô) e fui em direção à ele. Quando estava quase me sentando, passou uma senhora que aparentava ser bastante saudável (apesar do mau humor também aparente) e com não mais do que 60 anos. Essa senhora me pasmou antes de efervecer em mim a raiva que veio logo em seguida. Ela me segurou pela barriga (isso mesmo), me afastou e sentou no lugar onde eu já quase descansava a bunda. Fiquei ali de pé num estado de indignação por ter tido a barriga empurrada com agressividade, que quase chorei. Percebendo a situação, a pessoa que estava sentada no também preferencial assento ao lado da senhora grosseira, me cedeu o lugar... Sentei-me, então, lado a lado com aquela que havia acabado de me empurrar. Estava tentando respirar e tentando me acalmar quando, na proxima estação, duas portas distantes de onde estávamos sentadas, entrou uma nova multidão e uma senhora verdadeiramente idosa. Entre nós e ela, aproximadamente 50 assentos sendo que 6 ou 8 também eram preferenciais e muitos deles estavam ocupados por pessoas idosas, gestantes, com crianças no colo ou pessoas normais mesmo, que tinham sentado ali por um motivo qualquer.

A mesma senhora, que havia me empurrado minutos antes me cutucou com o peso da raiva nos dedos e disse: aquela mulher precisa sentar, está te chamando (para levantar? pensei eu). Em segundos tive diversas questões como por exemplo o fato de que eu também tinha direito e necessidade daquele lugar. Reconhecia sim que a senhora idosa talvez precisasse mais do lugar que eu mas me indignava a postura da outra senhora, raivosa e que não reconhecia nossa igualdade de direitos, mandando-me, praticamente sair dali. Respirei fundo ainda pensando no que fazer e antes que eu decidisse, a senhora idosa já havia sentado. Permaneci ali e saí apenas quando chegou o meu ponto de descida. Indignada, com raiva, sentindo-me mal e pensando, acima de tudo sobre a diferença entre uma pessoa velha e uma pessoa idosa... Esse assunto me deixou bem raivosa. Mesmo.

(continua...)

sábado, 18 de julho de 2009

A ultima consulta


Nessa sexta, logo após estar com 38 semanas completas de gestação, tive a última consulta antes de marcarmos definitivamente a data da cesárea. A consulta foi um pouco diferente das outras por que fiz o exame de toque...Senti bastante medo ao fazer o exame por que na cultura de bactérias, exame feito duas semanas atrás, eu senti muita dor...Pensei que o exame de toque seria bem mais difícil e dolorido e tinha a ignorante certeza que dessa vez, sem falha, a minha bolsa estouraria. Não estourou. E o exame disse o seguinte: colo do útero bem fechado. Bom.

Após o exame, medimos pressão (sempre baixa, sempre boa, único ponto sobre o qual o médico nunca deixou de me elogiar), o médico ouviu o coração da Alice e fomos finalmente para a sala ter a conversa final.

Ele não reclamou do meu peso...Tenho que confessar que nas duas últimas pesagens, eu sabotei um pouco essa informação (eu vou sozinha até a balança, me peso e digo pra ele o quanto estou pesando; ele não confere). Não que eu tenha mentido sobre altos valores... Mas sabe quando a gente sobe na balança pra se pesar e conforme a gente respira, os gramas sobem e descem? Então...Por excesso de honestidade eu sempre falei o meu maior peso mas desde a última consulta eu tenho dito o menor peso...Ainda faço o esforço de esvaziar beeem o pulmão pra ver qual o mínimo que consigo atingir e detalhe: faço um monte de xixis e não fico bebendo água na sala de espera. Antes eu bebia 4, 5 copos de água antes de entrar para a consulta e me pesar... Isso, é claro, sem fazer xixi antes de subir na balança.... Pode parecer ridículo, mas... A gente se ajuda! eheheh E no final das contas, essas estratégias todas juntas devem reduzir uns 300 gr (sendo que minto com relação a 20, máximo 30 gramas deles).

Bem, mas voltando à mesa de conversa do médico, marcamos finalmente a data da cesariana. Pra minha frustração, não será dia 21 pois o parceiro dele (anestesista?) não pode nesse dia. Então marcamos para dia 23 as 7:30 hs da manhã. Me interno mais cedo por que a cesariana deve acontecer nessa hora marcada. Esse aumento de dois dias pra Alice nascer me deixou profundamente desorientada... Parece que trata-se de um tempo tão imenso que dentro dele poderei fazer algo novo como um curso, um passeio, uma viagem... E para não parecer ridícula eu fico me exercitando o tempo todo em dizer.... Só mais dois dias, só dois dias além daqueles poucos que faltavam... Mas vai passar logo.

E que passe mesmo...Essa semana fiz algumas andanças, a mercados, ao médico...Sempre usando o sistema público de transporte, já que moro num lugar em São Paulo onde chega-se facilmente a qualquer outro lugar e também pela questão economica... Ontem, voltando do mercado com a companhia da minha mãe, que aqui chegou para me ajudar e o tem feito intensivamente, cheguei à conclusão de que não tenho mais meeesmo as mesmas condições físicas que tinha até semana passada para me deslocar e fazer as coisas em casa. Tudo está ficando tremendamente difícil. E as dores diversas estão se intensificando também. Dói a parte baixa da barriga, parece a bexiga, não sei exatamente, sinto dores isoladas semelhantes às cólicas menstruais, dor nas costas, as pernas parecem pesadas demais. Fiz minha última sessão de massagem essa semana e por mais que a massagem alivie, sair de casa para ir até ali (que antes era tão perto mas hoje parece que tornou-se tão longe, o mesmo lugar) passou a significar um tormento para mim... a massagem é descanso e drena mesmo o que consegue de líquido retido, mas chegar até lá e depois voltar para casa... Meu Deus!

Quero ressaltar que durante essas 38 semanas de gestação eu fiz 32 sessões de massagem e elas me ajudaram muito. A massagista, Adriana Nonaka é fisioterapeuta e soube entender as minhas necessidades de cada dia e proporcionar alívio e bem estar. Ouso até dizer que além de remediar parte do insano inchasso, reduziu um pouco a aparência tenebrosa que minhas pernas estavam adquirindo. Lamento que a minha ida para Rio Claro não permita que eu continue esse trabalho com ela no pós-parto; mas trata-se de uma profissional que eu indico não apenas para quem estiver esperando um bebê, mas para qualquer pessoa que queira se cuidar. Ela atende aqui na Vila Mariana e no Itaim Bibi e caso alguém se interesse, eu passo o contato via email.

Bem...Sendo assim... Faltam agora, que é domingo, quatro dias pra ela nascer.

domingo, 12 de julho de 2009

As consultas passaram a ser semanais

Chegando tão perto da data provável do nascimento da Alice (não apenas da data provável, mas da data limite também) as consultas médicas passaram a acontecer semanalmente. Meu médico que ia viajar teve sua viagem cancelada e me verá de novo na semana que vem depois de ter me visto semana passada e essa semana....

Essa semana, para minha surpresa ele disse que tudo está ótimo. O peso da Alice, o tanto que meu peso aumentou, minha pressão arterial (11x7, como sempre) e a medida da minha barriga... Não reclamou de nada, nada! Milagre! E de quebra, a boa notícia de nenhuma bactéria como resultado daquele exame chato!

Na próxima semana eu saio do consultório com a data marcada para a cesárea (isso mesmo: dia e hora pra Alice vir à luz)... Acho que dia 21 mas sempre pode mudar (para dia 23 ou 28... Se ele passar para dia 28... Aí acho que eu não aguento de ansiedade... Deus do céu! Além do mais, se nascer dia 21 Alice e Lelah se conhecerão e isso seria muito importante para mim!
Ah....Quantos devaneios!

sábado, 11 de julho de 2009

Faltam 10 dias para Alice nascer…..


Hoje, dia 11, faltam 10 dias para dia 21, quando o médico cogitou que poderemos fazer a tão esperada cesariana... O tempo voa e, ao mesmo tempo, se arrasta. É impressionante... Essa sensação de duplo valor do tempo eu tive também 10 dias antes de fazer grandes e legais viagens como para Itália, Estados Unidos, Semi-árido do Vale do Jequitinhonha; 10 dias antes de ir ao “Playcenter” pela primeira vez, 10 dias antes de reencontrar depois de anos minhas amigas Mary e Lelah, 10 dias antes de ir ao show do Circle Jerks, 10 dias antes de conhecer Nick 13 (o meu “muso” inspirador, o belíssimo vocalista do Tiger Army), 10 dias antes de dar o meu primeiro curso na formação de professores, 10 dias antes de voar pela primeira vez por horas, 10 dias antes de tirar sangue pela primeira vez, 10 dias antes de começar o meu primeiro dia de aula na Unesp, 10 dias antes de fazer cada uma das minhas 9 tatuagens.....
Meus Deus...Parece que para sempre faltarão 10 dias e ao mesmo tempo que dez dias é tão pouco para quem já disse aqui que faltavam 8 meses e 15 dias para Alice nascer, esse tempo em breve será um “passado distante”.

Já está ficando noite... Logo, logo vou me deitar e esses 10 dias terão se transformado em 9. Ah...Acho que vou dormir agorinha!

QUANTA ANSIEDADEEEEEEE!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Resultados parciais da votação de Blogs


Fiquei mega orgulhosa hoje! Recebi um email do "Top Blog" comunicando que este blog é um dos 100 mais votados no Brasil no quesito saúde! Isso não é o máximo? Como pode alguém que reclama tanto da vida e que não deixa o mau humor crônico de lado receber tantos votos de confiança? Obrigada amigos e leitores! Isso para mim já representa mega vitória, não tenho o anseio de ganhar o concurso, pois faço desse espaço um desabafo e uma maneira de registrar para mim futuramente, e para a Alice, o que passamos juntas nesses meses. Mesmo assim... Amei!

sábado, 4 de julho de 2009

Os últimos exames de laboratório


Fiz hoje dois exames que fazem parte da checagem pela qual toda grávida deve passar: mais um ultrasom e cultura de bactérias.

O ultrasom como todos os outros foi normal, estava dessa vez mais ansiosa por fazê-lo por que ao analisar o último que fiz, o médico suspeitou que Alice estivesse com baixo peso. Para meu alívio o peso está normal: 2630 gr com 47 cm. Conversei com a médica que fez o exame e ela explicou que para a idade gestacional e de acordo com o meu tamanho e o tamanho do Ricardo, a Alice está desenvolvendo-se de maneira bastante saudável, tudo dentro do esperado e que ainda engordará 200 gr aproximadamente por semana. Se for isso mesmo e se ela realmente nascer no dia 21, nascerá com o mesmo peso que eu nasci: 2900 gr; mas veremos; meu peso era o meu peso e o peso dela será o peso dela. Claro.

Mancada minha foi não ter levado DVD para gravar este último exame... Na verdade não esqueci, optei por não levar mesmo por que o último exame, com ela 700 gr menor que hoje, já parecia uma incógnita, não dava pra entender nada... Mas hoje... Deu pra ver... Um pouco do rostinho e a pose inétita: está virada de cabeça para baixo e estava chupando o dedo do pé. Perdi. Aliás, perdi não... Eu vi... Os telespectadores habituais desses DVDs é que perderam, mas como bem disse minha mãe, se esse for um hábito dela, vamos ver Alice fazendo isso mais vezes fora da barriga.

O outro exame foi bem chatinho. Primeiro que eu nunca tinha feito exame ginecológico em laboratório; sempre fiz com o meu médico...É estranho demais fazer exame tão íntimo em laboratório mas tinha que fazer...Esse exame tem a finalidade de coletar material “das partes íntimas” pra verificar a presença de bactérias. Dependendo das bactérias presentes, na hora do parto a gestante precisará tomar uma injeção de antibióticos ou, de acordo com o comentário da enfermeira do laboratório, pode ser internada com uma semana de antecedência do parto para fazer o mesmo tratamento... Isso tudo se aplica ao parto normal, coisa que não quero fazer... Prefiro mil vezes a previsibilidade das anestesias e da agenda lotada do meu médico, o que acaba tornando as coisas mais práticas e, de acordo com minhas concepções, mais seguras. Além dessas questões do exame, digo que foi bem doloridinho... Não sei, mas vai chegando o final da gestação e a gente fica bastante sensível... Não apenas doeu naquela hora mas está doendo em pontadas até agora... Passaram mil coisas pela cabeça, inclusive que a bolsa fosse estourar durante o exame. Aaaaai! Mas não estourou.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A chegada do nono mês


Ainda é incrível pensar que dentro de poucos dias (18, achamos eu e meu médico) nascerá a Alice. Pessoa que muda minha condição humana de filha para mãe. Pessoa que já amo um pouquinho e passarei a amar louca e apaixonadamente.

A dúvida ainda faz parte dessa jornada e se manifesta a cada dia. Ver tudo pronto para a chegada dela me assusta. Faz perceber que embora exista uma previsão de chegada, essa mesma data pode mudar pra daqui a meia hora, caso minha bolsa estoure ou ela resolva nascer subitamente.
Parei de trabalhar há duas semanas e sei que essa pausa foi importante para arrumar as últimas coisas dela e do quarto onde viveremos por indeterminados meses. Confeccionei também essas tulipas de tecido, uma a uma para oferecer a quem vier conhecer a Alice naquela hora tão louca de visita nos dias de maternidade. Concretizar a organização do quarto e dos pertences de uma criança foi para mim colocar em prática parte das minhas crenças com relação a como as coisas devem acontecer e ver tudo prontinho permitiu que eu mais uma vez sentisse aquilo que me acompanha por toda a vida: o medo.

Ainda tenho assombrosos pensamentos de que ela pode morrer, raras vezes penso que eu posso morrer também, penso mais na fragilidade dela. O que fazer com todas as coisas? Todos os presentes ganhos, tantas fraldas? A tinta nova da parede do quarto?

Compartilho desses pensamentos com algumas amigas que dizem ser normal e algumas ficam horrorizadas com pensamentos que para mim tem sido tão reais. É duro constatar que as coisas na minha vida não acontecem segundo padrão nenhum e não faço disso uma queixa, aliás, já experimentei padrões e eu definitivamente não me enquadrei em nenhum deles até agora...

Repetindo o sentimento de Cristina, em “VICKY CRISTINA BARCELONA”( http://www.youtube.com/watch?v=glQHG92Yvoo), filme de Woody Allen, até agora eu deparei na vida com diversas coisas que não quero, é apenas isso o que consigo identificar.
Quanto à saúde, nada de tão diferente. Estou com a glicemia levemente alterada (eu disse levemente), acima do peso, o que é óbvio e a Alice pedindo mais proteínas... Conclusão: com muita crueldade o médico indicou que eu passe a consumir diariamente 6 claras de ovos, o que tenho feito parceladamente pelo café da manhã, pelas omeletes do almoço e por um ovinho cozido para acompanhar um eventual lanchinho vespertino.

Outra coisa é que passei por uma fase de não conseguir domir de jeito nenhum... Eu tomo muita água o dia todo e isso me fazia sair do banheiro já com vontade de voltar para lá; mudei alguns hábitos (passei a só me deitar depois de parar de tomar água e fazer 3 xixis) e tenho conseguido dormir um pouco melhor durante a noite e aproveito esse momento de espera final para dormir também em momentos do dia, coisa que, aliás, farei um pouquinho agora!