segunda-feira, 30 de março de 2009

Uma foto grávida




Desde que engravidei e parei com os remédios para emagrecer, tenho engordado bastante". É difícil controlar e isso não é culpa da gravidez...É mesmo culpa da minha má educação alimentar e do meu gosto pelas coisas que fazem mal... Ah chocolates e frituras...Amo também saladinhas e pratos naturebas.Amo mesmo; mas não é isso o que me engorda.

Essa situação tem feito com que eu tire bem poucas fotos, mas como sei que é importante registrar a barriga, acrescento aqui um retrato grávida, de barrigona. Minha acompanhante é minha amiga Luiza de apesar de ser grandona assim, tem na foto apenas 7 meses e meio.

domingo, 29 de março de 2009

Visita à feira de gestantes... "Programa de índio".

Tirei parte da tarde do sábado pra fazer o que toda mulher grávida faz. Fui a uma feira de gestantes...

Credo. Fiquei 20 minutos e fui embora... não dava.

A feira se resumia, ao meu ver, à seguinte situação: uma massa de mulheres gordas andando ridiculamente devagar (algumas mais gordas que eu me faziam pensar: "meus Deus...Será que eu vou ficar assim?" e as mais magras, obviamente, me faziam arrepender de não ter segurado mais a boca) com seus maridos andando, visivelmente mau humorados, carregando sacolonas atrás de cada uma delas. Poucas como eu, sozinhas... Mas poucos casais aparentando uma harmonia saudável também.

Dava pena das mães que foram com crianças pequenas, afinal a feira é para gestantes, bebês e crianças pequenas. Os pequeninos, no meio da multidão, passavam em seus carrinhos com os olhos absolutamente arregalados como quem pergunta: "por que a mamãe me trouxe aqui?"

Outra coisa que me irritou foi a atmosfera absolutamente rosa, azul e lilás, cores que eu não gosto tanto... Fiquei pensando em como essa questão comercial toma a massa da população... E como tudo o que é diferente é caro... Tenho sofrido com isso...Eu não gosto de nada. Acho tudo muito feio, muito comum ou muito mal feito... Meu filho que está por vir será tão único para mim e é tão difícil saber que talvez eu me submeta à massa por falta de condições. As pessoas têm criticado esse meu comportamento mimado mas eu assumo: sou assim mesmo e não é no momento mais difícil e importante da minha vida que vou me render. WE LIVE TOGETHER, WE DIE ALONE.

Quinto mês


Essa semana entrei no quinto mês... Pra comemorar fiz um mega ultrasom...Aquele que citei antes com Dopler, que tira todas as medidas e dá detalhes do desenvolvimento do bebê... Pra minha decepção, mesmo com esse exame tendo durado 33 minutos, não conseguimos ver o sexo do bebê... A médica palpitou ser uma menina, mas meu íntimo ainda pensa em um menino Toda vez que imagino, vem à mente um menino sorrindo para mim...

Fora isso...O exame foi bem bacana...Fiquei sabendo que o bebê pesa 500 gr, tem 4 cm de pé e 0,77cm de nariz... Vi também que tem joelhinhos lindos e que faz algumas poses bastante engraçadas! Foi bacana!

A Pri me acompanhou nesse exame e pareceu gostar bastante, pois tinha prometido fazer um vídeo durante o exame pra mandar pro Ricardo mas nem lembrou na hora! :P. Foi bacana também que brindamos antes do exame comendo "suflairs" pra ver se o bebê mexia...mas... NADA! Bem... Valeu pelo chocolate, que continua me fazendo feliz; além do bebê, claro!

sábado, 28 de março de 2009

Os toques que o bebê dá

A vida inteira devaneei sobre as sensações das mulheres grávidas com relação ao progresso da gravidez... Sentir a barriga crescer e perceber e conviver com essa mudança do corpo era algo que me intrigava. Queria saber exatamente qual era a sensação de ter crescendo dentro de mim um outro ser humano. Uma miniatura de pessoa com vida e vontades próprias.

Outra sensação que me deixava bastante curiosa é o fato do bebe se mexer dentro da barriga e de poder sentir os seus movimentos... Essa relação de "um dentro do outro".

A ansiedade para que o bebê mexesse logo me tomava e as tentativas em decifrar essas sensações também.

Senti o bebê pelas primeiras vezes de maneira muito sutil no final do terceiro mês... Era uma breve tremedeira. Considero que o que eu sentia era a gravidez e não o bebê.... Ficava aflita pensando se aquilo era normal e se era daquele jeito mesmo... Confesso que essa sensação "do bebê mexer", assim, tão indiscriminadamente e de maneira tão próxima aos gases me decepcionou e eu pensava: "mas é isso?"

Em meados do quarto mês passei a ter com um pouco mais de frequência (tipo umas duas ou três vezes na semana) a mesma sensação um pouquinho mais lenta, mas, mesmo assim, ainda rápida demais...Quando a gente peercebe já acabou e não tem "replay". É a mesma sensação de ver um gol no estádio de futebol...Poxa vida... Na tv é tão mais fácil entender a dinâmica do esporte com narração embalada pelo crecimento do quase gol e com direito a ver de novo, e devagar, os melhores lances...rsrsrs.

Para essa sensação, para esse tipo de mexida, a Lelah me deu a explicação mais gostosa e convincente: é como se a barriga fosse um grande aquário e tivesse passado ali na frente um peixinho. era isso o que eu sentia: passou um peixinho.
Ainda estava insatisfeita com a sensação... Queria sentir um bebê e não um peixinho e me perguntava a todo instante: "mas é só isso?".

Nessa última semana tive a resposta. Não era só aquilo pois o tipo de toque dentro da barriga mudou... Agora é algo bem mais físico, que vem de algo talvez maior que um peixinho. Mas continua rápido e pontual. Só que agora não passa rápido e vai embora... Agora faz...TUM!

Acredito que essa sensação e esses toques ainda serão aperfeiçoados e tornar-se-ão mais perceptíveis e confesso que não vejo a hora de chegar no mesmo ponto daquelas mulheres que dizem: "aqui está o cotovelo, aqui está o pé, ou ainda... nossa...tomei um chute na costela essa noite que até acordei!" eheh

sábado, 21 de março de 2009

Ana Clara achou pinhões!






Desde que começaram meus loucos desejos por pinhão, tenho a parceria da Ana Clara, que tenta encontrar pinhão em todo o lugar por onde passa. Às vezes estamos no mercado pra colocar créditos no celular, eu pronta para ir embora e ela pergunta: " Viu se tem pinhão?" ou sempre comenta: "... ontem fui em tal lugar e aproveitei pra ver se tinha pinhão, mas não tinha..."

Até que, para minha surpresa, na sexta à tarde ela me liga bastante entusiasmada dizendo " SANDRONI, EU ACHEI PINHÃO!"

Minha alegria foi tamanha! Está aqui registrado então o meu maior agradecimento, não apenas pelo pinhão, mas pela lembrança, pela atenção, pelo carinho e pela amizade. Te amo muito minha amiga!

Então é isso! Desejo de comer pinhão cozido n'água com sal, a Ana Clara matou... Agora... O pinhão na fogueira vai ficar por conta da vovó Inovete mesmo! eheh

sexta-feira, 20 de março de 2009

uma mala especial


Desde que soube da gravidez, após duas semanas, mesmo passando pelos problemas lá com a placenta e com a incerteza do progresso da gravidez, comecei a ganhar uns presentinhos de amigas... Uns paninhos para limpar boca, da Musa; um touca encomendada pela Pri com uma caveirinha bordada, sapatinho de lã da minha mãe... Uma delícia ganhar essas coisinhas tão pequenas que começam a montar em mim a imagem do bebê que as usará.

Depois, fui ganhando mais coisas e quando entrei no terceiro mês o Ricardo decidiu aproveitar a vinda da Lelah para o Brasil para comprar boa parte das coisas que o bebê necessitará. Comprar essas coisas no exterior é mais barato e as coisas têm boa qualidade; comprar os mesmos produtos no Brasil sai, pelo menos, quatro vezes mais caro.

Com a chegada da Lelah com as coisas do bebê resolvi juntar ao enxoval todos os presentes que já tinha ganhado e ocupar uma das minhas malas de viagem com estes pequenos, preciosos e meigos pertences. Depois fui ganhando e comprando mais coisas bacanas... Maria Carolina, uma amiga meio irmã, meio parecida e meio diferente de mim, me deu praticamente um enxoval novo... Muitas roupinhas lindas com os tamanhos pensados em função do tamanho da criança e estações do ano, tipo: quando o bebê estiver com 6 meses estará calor e ele usará roupa tamanho M... Que delícia ter amigas que pensam em tudo! :p

De repente comecei a perceber o quanto que a mala tranformou-se num ritual para mim. Um delícia sentar na sala (no quarto não cabe!), abrir a mala, tirar tudo e ir olhando, olhando... Pegar um macacão e imaginar um bebê ali dentro, o meu bebê. A pessoa que muito provavelmente será a mais amada da minha vida... Penso numa frase assustadora dita num email pela Ana Clara, outra amiga muito importante e especial: "ter filhos é passar a andar com o coração do lado de fora do corpo". Bom... Nem preciso dizer que quase matei a Ana por ter me mandado essa frase forte, castradora e ... verdadeira!

Tenho que confessar que ainda não amo loucamente essa criança...É estranho... Mas pouco sinto e pouco me relaciono com ela... Acho que estou fascinada pelo acontecimento que esta prestes a eclodir na minha vida e, certamente, que sofreria dor de morte caso a criança por ventura não viesse fazer parte da minha vida... É o amor em construção. E a mala me ajuda neste exercício.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Nova consulta: nova bronca e nova alegria


Cheguei mais otimista para a consulta deste mês pois me dei conta que passei praticamente o mês todo sem chorar. No máximo uns três chorinhos que passaram rápido. Quer dizer...O antidepressivo natureba funcionou!

Logo que iniciamos a consulta o médico me pesou e isso já me rendeu um certo mau humor. Engordei mais três quilos esse mês. Tinha engordado três no mês passado e agora mais três... Não adianta dizer que estou retendo líquidos por que tenho tomado muita água (como sempre fiz na vida) e tenho feito massagens pelo menos duas vezes por semana... Deve ser comilança mesmo...Ah... Eu não vejo a hora de voltar a tomar os meus super comprimidos que tiram a fome e dão felicidade... Amor eterno às anfetaminas...

O médico tentou fazer a bronca no estilo bem humorada me dizendo: "Três quilos, mulher? Assim não dá". Coitado, acho que ficou traumatizado por que no mês passado, quando me deu bronca por causa dos outros três quilos, eu chorei. E ele, por sua vez, ficou visivelmente constrangido. Dessa vez não chorei. Não tinha lágrima nenhuma pra sair... Só um pouco de raiva, aquela coisa de não estar conseguindo me olhar no espelho e também ter um monte de vontadezinhas imbecis e fáceis de satisfazer; tão corriqueiras que eu nem citei no meu humilde post anterior.

O lado bacana da consulta foi ouvir, assim, de surpresa, o coração do bebê. Ele usou para isso um aparelho pequenino que colocou na minha barriga com um gel. Só ouvíamos um chiado semelhante ao som do mar, tão comum dos outros exames de ultrasom. E nada do coração. A demora em ouvir me fez sentir medo. Até que ouvimos. Foi bacana. Bacana também foi ver a fisionomia do médico, que é bastante reservado, tranformando-se numa cara feliz.

Semana que vem eu faço outro ultrasom. Um exame morfológico com dopler. Super detalhado e que vai tirar as medidas de todos os ossos do bebê e vai nos fazer ver, nem que seja sob reza brava, insistência ou chacoalhão, se trata-se de um filho ou de uma filha.

domingo, 15 de março de 2009

desejos & vontades







"DESEJO" é uma das condições clássicas da gravidez. Eu sempre achei que fosse frescura. Aliás ainda acho que é...Acho que desejo não passa de vontade de alguém que está sendo muito mimada pela família e pelos amigos, entes queridos... Na verdade desejo e vontade são a mesma sensação em graduações diferentes.

Vontade é algo que a gente sente; um querer.

Desejo faz a gente babar.

Pois bem... estou agora na vigésima primeira semana e conto que senti algumas vontades e fundamentalmente 2 ou 3 desejos.

O primeiro desejo veio antes mesmo que eu sequer desconfiasse da minha já existente gravidez. Já fazia uma ano que eu havia voltado de uma viagem de 2 meses a San Diego, cidade da Califórnia que fica a vinte minutinhos do México. Lá, a opção mais barata de refeição e que me agradava muito era o "Burrito". Panqueca típica à base de trigo ou milho recheada com algo muito conhecido por nós: FEIJÃO, queijo, guacamole (aquela pasta salgada e apimentada de abacate) e salada: opção vegetariana.

Pois bem... Havia passado um ano desde a minha volta e eu, de repente tive um surto de madrugada. Abordei um amigo que estava online no msn e que mora nas mediações da rua Augusta, onde existe um fast food mexicano. Pedi que ele fosse verificar se o restaurante ainda estava aberto, se era 24 horas... Claro que ele ignorou o pedido absurdo e não foi. No dia seguinte, as 10 horas da manhã eu já estava lá almoçando. Comi, comi, comi e ainda comprei o jantar lá mesmo... Estranhei o fato de estar sentindo de repente essa abstinência por uma comida que eu havia passado o ano sem sentir a menor falta. Enquanto comia, pensava em como faria para comer aquilo todos os dias. Como eles não tinham um serviço de delivery que fosse até a minha casa, eu passei a almoçar ali quase todos os dias e sempre levava para casa algo para os dias que não pudesse ir até lá. Estava achando essa situacão estranha, bem eestranha e essa dependência insaciável então, mais amedrontadora ainda. No dia que descobri que estava grávida, entendi de imediato que tinha se tratado de um DESEJO. Era forte, incontrolável. Quase me fez perder um vôo para São José do Rio Preto, onde iria a trabalho... Depois de ter consciência disso passei a ir apenas uma vez por semana ou a cada 10 dias... A insanidade transformou-se em lucidez.

VONTADE eu tenho muitas..Todas moderadas, naturais.

Desde que fui para Curitiba para conhecer a família do Ricardo, estou com vontade de comer Pinhão... Todo ano eu como com muito gosto e sinto essa vontade, pois AMO loucamente comer pinhão cozido com água e sal. Adoro pegar uma cumbuca com a água quentinha e um pouco de pinhão e ir comendo até a barriga ficar dura de tanto exagero!

Mas essa vontade foi despertada pela Ivonete, mãe do Ricardo, que disse que faz Pinhão na fogueira... Nunca comi pinhão na fogueira. Acho que vou gostar muito, talvez não mais do que o cozido, mas estou realmente muito curiosa para experimentar...Além do quê, deve ter um sabor todo especial comê-lo num dia de frio, no meio do mato, em volta de uma fogueira... Mas dessa vez... Vou tentar controlar o consumo pois mesmo sem pinhão, minha barriga já está ficando dura dura!

Voltando aos desejos... Ele não pertence apenas ao hall alimentício não... Meu segundo e último desejo (até o presente momento, pelo menos) foi o de ir a um show de punk rock. De repente, sem mais nem menos, recebi a notícia dos meus amigos de que o Circle Jerks, banda do começo doa anos 80, da Califórnia, viria tocar aqui. Meu Deus...Aquilo me deixou louca... Eu me senti que nem criança que tem lombriga e vê a amiga comendo o chocolate mais gostoso do mundo ao seu lado. Pensar que eles viriam tocar e eu perderia me fez sentir tristeza, medo... E enquanto eu tinha chance de ir ao show sentia uma vontade tão "física" que não aguentei... Convenci minha mãe e o Ricardo que se tratava de um genuíno desejo... Convenci minha mãe por que precisaria de patrocínio... E o Ricardo por que queria da autorização dele; afinal, ir a um show de punk rock grávida de 4 meses é uma responsabilidade que não se deve assumir sozinha. Conclusão: os dois me apoiaram com incentivo moral e financeiro para ir. Fui feliz da vida e essa felicidade se estende até agora, com a certeza de que eu não poderia mesmo ter perdido.

Então nesse caso, o show entra, nessa postagem, na categoria "desejo lúcido... lúdico!"

sábado, 14 de março de 2009

Ficando mais grávida com o passar dos dias


O antidepressivo que o médico indicou fez bem. Digamos que eu esteja chorando 70% menos do que no mês passado e os choros também passaram a ser mais curtos, menos dramáticos. Esse controle foi bem importante para mim especialmente porque neste mês o Ricardo vai embora e nós só nos veremos novamente quando o nosso bebê nascer. É difícil explicar essa sensação com relação à ele mas sei que aos poucos vou entendendo melhor isso tudo: é a falta do pai e do homem. A saudade das conversas, do namoro e a vontade de tê-lo por perto. Acho que isso é mesmo gostar, saber amar. Querer, mas libertar. Nobreza sofrida essa, a do meu coração.

Quando completei 4 meses de gestação fiz mais um ultrasom crente que confirmaria o sexo masculino do bebê (que a médica havia "chutado" no exame anterior). Mas aqui o médico não deu tantos detalhes e disse que conseguia ver o sexo...Sendo assim, chutou ser uma menina.

Sair do exame sem saber ao certo o sexo me deu uma sensação louca de ansiedade... Mas o importante é que estava tudo bem, é que vimos o crescimento do bebê e que em breve eu passaria a sentir seu movimentos.

Outra coisa marcante foi o fato da minha barriga ter crescido bastante. Agora todos já percebem minha gravidez e isso me isenta de muitas questões sociais e pessoais: tenho lugar garantido para me acomodar bem em meios públicos de tranporte, as pessoas entendem minhas sonecas da tarde, quando vou comer fora o grupo todo vai onde eu tenho vontade de ir (não que eu me aproveite disso, mas tenho me sentido mais valorizada nesse sentido), sinto também uma certa imunidade com relação aos olhares das pessoas que dizem: "ela é feia, bonita, gorda..." Agora eu sou é GRÁVIDA.

É claro que, pensando no futuro, eu tenho cuidado mais de mim mesma: voltei a passar protetor solar todos os dias, estou comendo frutas e saladas com mais frequencia do que antes e fazendo massagem de uma a duas vezes por semana. Estou evitando também deixar o meu cabelo uma palha, embora eu não possa mais passar aqueles produtos altamente venenosos que eu amava passar antes e que deixavam o cabelo milagrosamente com aspecto saudável.

É, tenho que concordar com uma amiga que disse que a gravidez é altamente reveladora. Faz cair a máscara, mostra como é a mulher de verdade. Estou aproveitando a situação inevitável para, então, me tornar uma pessoa melhor.

quarta-feira, 11 de março de 2009

o fantasma da depressão


Depressão é algo que me acompanha na vida desde os 18, talvez de antes... Mas desde os 18 eu sei e trato...

Nos últimos anos tem sido bem mais moderada por que eu resolvi ser uma mulher de mais atitude... Resolvi lutar contra e acima de tudo lutar por alguns ideais, por algumas mudanças... Às vezes me pego em recaída mas nada tão grave quanto foi no final da adolescência, nada disso...

Sempre tomei um comprimidinho pra ser mais feliz... Acho que a indústria farmacêutica e suas novidades lícitas de felicidade e controle em comprimidos sempre me atraíram bastante.

A partir do ano passado passei a ficar satisfeita apenas com anfetaminas para emagrecer, que me deixam bem feliz por estar "em forma" ao mesmo tempo que me dão pique pra correr atrás da vida...

A gravidez parou com tudo. Todo e qualquer tipo de droga; desde aquelas com receita médica, passando pelas que experimentamos na faculdade até o vinhozinho que acompanha bem qualquer queda de temperatura, jantar especial...

Os efeitos colaterais dessa pausa interferiram bastante no meu aumento de peso além daquele que é natural da gestação... Juntei a essa desestabilidade o meu emprego atual, que amo, mas que não paga minhas contas e toda insegurança referente às futuras mudanças de vida e, assim, fiquei mais sensível, mais medrosa e com minha propenção natural ao sofrimento "ativada".

Passado o p'ríodo de felicidade por ter visto aquele ultrasom que devo ter assistido umas 100 vezes, comecei a sofrer com dois fantasmas: o de que não sentia o Bebê na barriga e o de que o ultrasom poderia ser uma imagem do passado... Assistir e assistir àquele vídeo não passava para mim de um apaixonamento maior, que eu tinha medo de viver.

Minha próxima consulta ao médico foi muito chorada... Primeiro por que mal havia entrado em meados do terceiro mês de gestação e tinha acabado de engordar mais três quilos. Estava tendo também as primeiras dores fortes na coluna e muito medo com relação ao meu sustento, à quê estaria reduzida a minha (NOSSA) qualidade de vida.

Conclusão: saí de lá com receita médica de um antidepressivo (permitido na gravidez) e indicação para psicoterapia. É claro que eu só tomei o antidepressivo. Acredito na psicoterapia da conversa com os amigos e dos shows de punk rock. Só nessas. Além do mais, não estou num momento da vida em que tenha condições de investir $$$ em terapeutas até encontrar o bacaninha que vai me ajudar em auto-conhecimento. Agora não dá e...Sinceramente...Acho que eu nem teria paciência para tal investimento.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O segundo ultrasom foi beeem mais legal!


Bem, o segundo ultrasom foi mais legal por n motivos.

Em primeiro lugar por que veio para sanar meu medo que de o bebê não estivesse vivo, não estivesse bem... Estava vivo e bem... E em segundo lugar por que eu fui acompanhada do Ricardo (que aliás me acompanha em todo o processo de pré natais enquanto está morando aqui - depois acompanhará também ,mas à distância) e da Lelah, amiga bastante importante que veio de longe para nos visitar (:p) e me acompanhou nesse importante dia. Sentir-me com a parceria dos dois, pessoas muito importantes para mim deu uma certa segurança para sentir-me, também, felicíssima pela primeira vez.

Por que felicíssima? ah come on... Eu simplesmente vi nesse ultrasom o meu bebê de corpo inteiro e vi também detalhes do corpo: mãos, dedos, pés, cabeça (com cérebro e tudo!), coluna cervical, barriga, coração, rostinho (parece o Ricardo e algumas amigas que assistiram concordam), e vi movimentos que podem denunciar (talvez) hábitos, como o de passar a mão no rostinho, descansar a mão na perna... Foi mesmo muito bacana ver aquele "mini bebê" já enchendo-se de personalidade; e o mais bacana: meu!

Outra coisa muito gostosa é sentir a parceria e o amor do Ricardo nesses momentos. Ele é bastante sensível e acho que ficou muito emocionado nesse dia também. Eu sentia sua mão tão carinhosa que apertava a minha nos momentos mais legais desse filme que a gente passou pras famílias como se fosse sessão de cinema!

Detalhe: a médica arriscou um chute: menino.

Lelah trouxe parte do enxoval: marrom e azul.

O buraco negro entre a primeira e a segunda consulta

Passada a primeira consulta e o retorno, que me deu o diagnóstico do descolamento de placenta, passei por um mês bastante difícil. Tomando os remédios, fazendo repouso moderado, lendo sobre gravidez... O fato de que a gravidez era muito tenra fazia com que, naturalmente, a criança não me desse nenhum sinal de vida. E isso me assombrava, pois eu não sabia exatamente o que é que estava acontecendo comigo. Ficava imaginando o tempo todo a possibilidade de um aborto espontãneo e tentava detectar qualquer sintoma diferente. Ainda não conseguia me sentir feliz, mãe, nada disso.

domingo, 8 de março de 2009

A primeira consulta


A gravidez já era confirmada pelo teste de farmácia e por um exame de sangue, era hora então de marcar uma consulta para saber o que fazer...Para receber orientação profissional, para entender aquelas cólicas tão fortes; que algumas pessoas diziam ser normais e algumas diziam ser sinal de que algo estava errado.

A confusão emocional era grande: por um lado ainda não tinha assimilado o que faria da vida estando grávida (aliás, hoje, grávida de 4 meses, digo que ainda não assimilei) e por outro, queria enfrentar e viver essa grandiosa experiência que agora era compartilhada carinhosamente com o pai do bebê.

A consulta foi muito rápida: perguntas para saber o tempo de gestação e um pedido com uma batelada de exames de sangue, urina e, por fim, um ultrasom.

Peso, medida e pressão? Só tiramos a partir da segunda consulta... Aliás, essa questão do peso poderia render um post gigante.

Fiz os exames e na semana seguinte faria o ultrasom.

Foi engraçado e torturante esperar pelos resultados dos exames. São muitos exames mas os que me deram medo foram o de toxoplasmose (aquele que a gente pega dos gatos, podem dar má formação no bebê e causar anomalias, etc, etc.... Eu tenho dois gatos que amo demais, beijo e abraço muito) e o de H.I.V.. Eu fiz a clássica promessa de nunca mais transar sem camisinha caso o exame de H.I.V. estivesse negativo. Deu negativo.

Bem... Passada a prova dos exames, eu marquei e fiz o ultrasom.

O papai foi comigo por ser parceiro, para ver se estava tudo bem. No exame vimos algo muito pequenino com um coração que pulsava. Só. Pelo menos soubemos que estava vivo.

No mesmo dia a tarde tive o retorno para levar esse ultrasom para que o médico visse e aí eu tive uma notícia que me desestabilizou e explicou as dores fortes, as cólicas que eu sentia. Estava com a placenta descolada. Meu médico não titubeou em dizer que aquilo poderia ser o princípio de um aborto. Pela primeira vez eu senti que lamentaria bastante se perdesse o bebê.

Fiz 15 dias de repouso (não absoluto; moderado) e tomei dois remédios além das vitaminas de gestação: um deles via oral e outro vaginal.

Demoraria ainda 1 mês para fazer outro ultrasom e eu estava angustiada, queria saber se tinha sanado essa questão do descolamento. O que me tranquilizava era o fato de que as dores tinham praticamente acabado.

sábado, 7 de março de 2009

Contando para o pai do Bebê

Eu simplesmente não sabia como e SE deveria contar.

Minha única impressão era a de que eu realmente estaria acabando com a vida dele. Um moço tão querido pelo qual eu havia me apaixonado e que, muito provavelmente passaria a me odiar.

Contei para poucos amigos mais íntimos que me aconselharam a contar o quanto antes para seguir minha vida com ou sem a parceria do pai do bebê. Lembro-me bem do discurso de cada um: Milton, Mary Ann .

Tive também a parceria de amigas como a Ana (pasma), Priscilla (sádica), Lelah(tranquilidade em pessoa): cada uma com o temperamento que lhes é peculiar.
A reação da Nádia, minha roomate e amiga foi um bom termômetro para mim. No começo, ela ficou naturalmente assustada e até amedrontada; lembro-me que dizia: "é sérioooooo?" Com um ar funebre de preocupação. Depois passou a encarar como se fosse a coisa mais natural essa que estava acontecendo comigo... Vale lembrar que esse comportamento dela é muito similar ao do nosso gato Jack. Quem conhece sabe do que eu estou falando. Eu fiquei estranhamente tranquila e ela ficou também! :) Aliás, o próprio Jack ficou também. Já "Nick 13", nosso outro gato, nem ligou.

Minha irmã Giu e meus pais foram os primeiros a saber... Mas como é natural do temperamento da minha mãe que é astróloga e do meu pai, que é artista, eles pareciam estar 100% felizes, sem preocupação com os demais pormenores que descrevi nos posts anteriores.

Então, foi assim que decidi contar para o meu... meu... meu... Amigonamoradopríncipe... Ou seja
lá o que ele significava pra mim naquele momento: muito provavelmente um breve inimigo...

Decidi, por uma questão de segurança pessoal, contar pelo telefone.

A conversa foi surpreendentemente diferente daquela que eu esperava. É claro que ele ficou chocado, mas dedicou boa parte da conversa a tentar me acalmar. Desliguei aliviada. Mas ainda com todos os medos descritos outrora.

No dia seguinte marcamos uma conversa, frente a frente... Eu não fazia idéia do teor da conversa mas lá fui... Eu precisava encarar essa.

A conversa foi mais uma vez uma grande surpresa para mim. Compartilhamos os nossos sonhos de sermos pais um dia e um fundinho de felicidade com essa possibilidade. Nos tranquilizamos. Deixamos sentir um pouco de felicidade, enchemos a cara do vinho que tomávamos para namorar (eu,apenas um cálice, que aliás foi o penúltimo gole de bebida alcoólica que tomei até hoje; o último foi o de um pró-seco na mesma semana, na festa de finalização do meu ex trabalho)

Decidimos também não ficar juntos. Concordamos que embora nos gostássemos muito, seria forçado demais "contratar"um namoro ou casamento por causa da gravidez já que as coisas não tinham ainda acontecido naturalmente. Tinha também o fato de que ele, em breve, partiria para a Espanha (onde fará um curso de 1 ano), sonho esse do qual compartilho e dou 100% de apoio. Decidimos por fortalecer nossa amizade e nossa parceria em torno da gestação de um filho, que a partir de agora, passou a ser duplamente querido.
Não posso deixar de dizer o quanto eu me senti amadurecida com essa decisão inédita...Era confuso sentir: "gosto dele mas vou libertá-lo". Mesmo doendo, é nisso que eu acredito agora.

Na mesma noite de conversa decidimos um dos nomes: se for menina será Alice.

Voltei pra casa com um sentimento de comoção e paz... Ainda com medo... Mas com uma tranquilidade estranha, eu pensava... "TÔ TRANQUILA POR QUÊÊÊÊ?"

Assimilando a situação: motivos para aceitar

Parece loucura...É realmente muito difícil encontrar um bom motivo para aceitar... Desemprego, sem relacionamento estável com o pai do bebê, medo, sem ter uma casa minha pra viver, medo, e o mais grave... Justo esse ano eu torrei com muita voracidade todo e qualquer dinheiro que aparecesse na minha frente... Ano passado foi diferente. Eu guardei bastaaaante dinheiro (aquele, que foi todo torrado nesse animado ano de 2008).

Mas, como o objetivo desse post é convencer a mim mesma que é possível aceitar a situação, tinha um pensamento que me contornava o tempo todo: o sonho de ser mãe. Não tinha o sonho de me casar tão forte quanto tenho o de ser mãe...

MAS HEI!
ALGUÉM!
NÃO ERA PRA AGORAAAAAAAAAAAAAA!
AGORA NÃO DAVA....

Mas estava feito.

E pobre ou rica, com emprego ou sem, com companheiro ou só, fiz as contas: em 8 meses e 15 dias deve nascer.

É realmente assustador: corrida contra o tempo, loucura.

Assimilando a situação: os motivos para dizer NÃÃÃO!






Parecia mesmo grave mas o resultado de "positivo" diante de mim era tão avassalador que eu não conseguia organizar direito os pensamentos... Pensava, inutilmente em milhares de justificativas para não estar grávida:

1: estou desempregada, pois o novo emprego não me contratará grávida embora essa tenha sido uma negociação conversada por meses. Tão sonhada...

2: o namorado vai querer que eu morra, coitado... Acho que se eu fosse homem e conhecesse uma mulher que me dissesse 40 dias depois "estou grávida", eu ia dar um jeito de matá-la...

3: eu moro numa república com uma amiga e dois gatos (daqueles que fazem miau mesmo), isso não pode dar certo....

4: aborto...A solução mais sensata x falta de coragem.

A assustadora descoberta


Muita coisa nova acontecendo na vida...

Saí de um trabalho para entrar em outro dentro de uns meses.

Envolvida em relacionamento recente e encantador com alguém pronto para ir embora do país e, de repente...

Cólicas sem sinal de mentruação... Cólicas mais fortes... Mais fortes e nada de menstruação. Até que a Lelah, uma amiga corajosa me falou: faz o teste de gravidez!

Pensei: Deus do céu... Pra que?

Mais cólica e nada de menstruação...Sensações inéditas. Resolvi fazer o teste. E não é que deu positivo?